Foi um verdadeiro espetáculo de som e imagem aquele que ontem nos proporcionou a filha de José Eduardo dos Santos, Tchizé dos Santos, em entrevista à “CNN Portugal”. Perante uma embaraçada pivot Ana Sofia Cardoso, a dita não quis perder nem um minuto do “tempo de antena” que lhe foi concedido e foi por ali fora entre acusações e ameaças mais ou menos desbragadas e, sobretudo, incontroláveis. O site da estação recolheu um conjunto de vinte e sete afirmações para ilustrar o essencial do muito que foi sendo dito naqueles minutos, sendo que o “Observador” (pela pena do seu jornalista José Carlos Duarte) foi mais longe no seu esforço de síntese de procurar agregar em apenas sete pontos todo aquele quase inaudível arrazoado (veja-se a imagem acima). Uns dirão que Tchizé só agora terá começado a ver a luz, enquanto outros entenderão que a aparente sinceridade dela poderá tender a revelar que alguma moral lhe cabe. Pessoalmente, e estando fora do “jogo” mas não duvidando dos vícios de toda a ordem (to say the least) com que Zédu dirigiu Angola durante cerca de 40 anos, começa-me a parecer que haverá ainda muito a esclarecer em toda esta matéria, designadamente no que toca à atuação de Portugal (talvez justamente descrito como o país que “baixa as orelhas”) em todo este já longo imbróglio angolano e quanto à transição do poder para João Lourenço e ao modo como este vem comandando nestes anos mais recentes os destinos do país ― veremos se as eleições do próximo mês nos darão mais alguma elucidação sobre o estado da arte democrática que por lá se vai ou não consolidando e em que termos.
Sem comentários:
Enviar um comentário