Fim de semana pela Capital, agitado por uma variedade de afazeres obrigatórios mas dominantemente prazerosos. Acabado de regressar ao Velho Burgo, não quero deixar de me associar ao consensual coro de lamentações que se verificou a propósito do desaparecimento de um dos mais talentosos e cativantes desportistas da história do futebol português, Fernando Gomes. No que me toca, que o vi jogar muitas vezes e dele recebi indiretamente muitos motivos de alegria (tantos títulos brilhante e sofridamente conquistados ― incluindo até aquela inesquecível final de Viena em que não pôde participar por lesão grave e que viria a substituir, em termos de contributo compensatório, na fantástica vitória intercontinental sob o gelo de Tóquio ― e tanta glória pessoal ― de que as duas Botas de Ouro do Gomes constituem o exemplo mais ilustrativo ― com notório impacto clubista e nacional), a tristeza volta a ser geracional ― por muito que a tal se queira resistir, o facto incontornável é que há um passado que, aos poucos, tende naturalmente a perder fulgor à medida que os seus protagonistas vão saindo de cena. Agruras inultrapassáveis da vida e do tempo que corre, embora no caso vertente com o contraponto de que os adeptos e os amantes do jogo não irão certamente permitir que se apaguem da respetiva memória e testemunhos os momentos admiráveis de que puderam fruir.
domingo, 27 de novembro de 2022
FERNANDO GOMES
(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)
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