Mais dois gráficos falantes, e algo improváveis, retirados da leitura diária do “Le Monde” que, com inevitáveis quebras, me habituei a ir fazendo desde os idos de 80 do século passado. Do primeiro (acima) ressalta uma ideia sobre o tremendo volume de dívida mundial acumulada (em percentagem do PIB) desde 1970 até cerca dos nossos dias, à qual se junta ainda uma clara perceção sobre a menor dimensão relativa (39%) da sua componente pública (sempre a mais diabolizada pelas várias fontes de análise do fenómeno) e, portanto, sobre a dimensão predominantemente privada da mesma (61%, sendo 38% do foro empresarial e 23% do foro das famílias). Do segundo (abaixo) é de reter a distribuição da dívida total dos países da Zona Euro por setores institucionais, dela resultando a primeira posição ocupada pela França (na decorrência do enorme volume de dívida empresarial que por lá se regista), situação aliás idêntica à observada na Bélgica, na Finlândia e nos Países Baixos e que contrasta com os outros casos de peso da dívida acumulada superior à média da Zona Euro (Grécia, Portugal e Espanha) em que é a dívida pública a principal fonte explicativa desse facto (com especial gravidade no caso grego, onde em paralelo a dívida empresarial se mostra relativamente baixa); outros casos dignos de menção são os que opõem a Itália (grande dívida pública e baixa dívida privada) à Irlanda (baixa dívida pública e elevada dívida privada), assim como a evidência da situação mais positiva que é revelada pela Alemanha (menor dimensão da dívida total no conjunto dos países da Zona e relativo equilíbrio entre as componentes pública, empresarial e das famílias). Food for thought...
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