sexta-feira, 11 de novembro de 2022

MIGUEL ANTÓNIO COSTA ALVES

Terminou como tinha de terminar, isto é, sem qualquer honra ou glória e com uma enorme dose de trapalhice e vergonhosa indignidade, a meteórica passagem de Miguel Alves (MA) pela governação de Portugal (irá ela constar doravante do seu currículo profissional e político?).

 

Neste quadro, e por uma vez, quase consigo concordar com a “Iniciativa Liberal” quando vem declarar que “o primeiro-ministro é o que mais contribui para a degradação da democracia”. Com efeito, António Costa promoveu e protegeu MA durante anos a fio (e nem sempre com um mínimo de critério ou para efeitos políticos curiais), assobiou para o lado perante a vinda a público dos factos que afetavam, pelo menos politicamente, o seu tão próximo secretário de Estado (sempre manifestando a sua confiança) e acabou hoje a posicionar-se habilmente (como tão bem sabe fazer naquela lógica mix entre uma inocente candura e uma irresistível tentação de enganar tolos, embora também seja dos livros que a habilidade não funcione nem dure sempre), querendo aparentar uma normalidade que de todo não existiu em todo este processo e assim revelando uma triste escassez de nobreza no exercício da alta função que lhe está consignada.

 

Como se foi ouvindo insistentemente nos comentários televisivos da noite, todo este episódio foi por demais lamentável e de mau gosto (se tiverem paciência, e depois da infeliz e pretensamente explicativa entrevista de MA, vejam agora a indigente entrevista do empresário seu amigo que esteve no centro do despoletamento do caso) mas pior ainda foi seguramente o modo como uma figura como o primeiro-ministro de Portugal, completa e inaceitavelmente deslumbrado com a maioria absoluta que Rui Rio lhe entregou de bandeja e sempre com os dois olhos à espreita de uma oportunidade europeia, se deixou colar aos tortuosos caminhos e processos de gente desta, prejudicando a sua própria imagem em termos tendencialmente irreparáveis. E, note-se com preocupação, a “festa” prossegue com casos atrás de casos a sucederem-se vertiginosamente perante um governo arrasado e num desgovernado corrupio feito de quase nada ou de coisa nenhuma.


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