sexta-feira, 25 de novembro de 2022

POUCO AUSPICIOSO MAS HÁ CLASSE E UMA BOLA REDONDA

Volto ao Portugal-Gana que se disputou esta tarde na nossa abertura do Mundial do Catar. Onde o alinhamento inicial de Fernando Santos só parcialmente me deu razão porque, desta vez, não colocou à partida William Carvalho em campo. Mais adiante, haveria de vir ele, e até também o vulgar João Palhinha, para o habitual fecho em carrocel de aflitos que sempre acontece sob o comando daquele selecionador.

 

Sou, como todos somos, um mero treinador de bancada, razão pela qual as minhas dicas valem apenas o que cada um quiser admitir que valham. Socorro-me, por isso mesmo, de um site (https://goalpoint.pt) que avalia estatisticamente ao detalhe todos os aspetos do jogo (e a vitória portuguesa foi claramente justa, a esta luz) e as prestações dos jogadores (aqui com a respetiva classificação individual) e dele extraio as seguintes conclusões bastante consonantes com a opinião que consolidei durante este encontro: (i) na defesa, João Cancelo esteve uma lástima (devia ter sido substituído ao intervalo por Diogo Dalot) e Rúben Dias mostrou-se bastante inseguro (explicando porque vai perdendo o lugar no Manchester City e justificando que seja ele, e não Danilo, a sair em próximo jogo para dar o lugar a Pepe), sabendo-se ainda que Raphael Guerreiro tende a defender relativamente mal (o que, infelizmente, também ocorre com Nuno Mendes); (ii) no meio campo defensivo, tudo depende naturalmente dos jogos em concreto mas continuo a entender que nos presentes jogos de qualificação a presença de Vitinha daria outras garantias de balanceamento defesa-ataque; (iii) no restante meio campo, a coisa já não vai com classificações mas com a persistente miopia que faz com que se insista em não colocar os três indiscutíveis (Bernardo Silva, Bruno Fernandes e Otávio) nos respetivos lugares de melhor rendimento em campo, antes se preferindo anarquias incompreensíveis (Bernardo a ter de vir atrás buscar bola, Otávio a jogar no meio, Bruno a entrar pela direita!); (iv) na frente, Rafael Leão mostrou que é obrigatório na ala esquerda, Cristiano Ronaldo voltou a evidenciar que está em manifesta queda mas, ainda assim, que o mais aceitável talvez seja que vá jogando (e não apenas pelas razões históricas que abaixo se registam por ocasião do seu mais recente recorde) desde que não em simultâneo com João Félix (que faz pequenas maravilhas de artista mas é frequentemente inconsequente e não tem qualquer compromisso defensivo); (v) a distração de Diogo Costa podia ter sido a “morte do artista” mas não justificará por si só que se abdique da categoria dele e da forma que vem revelando.

(a partir de Omar Momani, https://omarmomani.blogspot.com)

Assim tendo sido, e considerando o demais que aqui não desenvolvo, a minha proposta para Segunda-Feira contra o Uruguai é a de um alinhamento do seguinte tipo: Diogo Costa; Diogo Dalot, Pepe, Danilo e Nuno Mendes; Vitinha, Bruno Fernandes e Bernardo Silva; Otávio, Cristiano Ronaldo e Rafael Leão. Dito isto, mandará quem para tal está apoderado e cá estaremos para aplaudir o que de bem vier a resultar.

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