Por uma vez vou conceder-me o direito de poder ser interpretado como reacionário! Mas o facto é que já não tenho pachorra para aturar estes aprendizes de protestantes contra o clima que, protegidos pelos seus privilégios de boa vida na nossa Capital e pela condescendência, tolerância e falta de exigência e escrutínio dos nossos comentadores mediáticos e/ou responsáveis políticos, por cá se dedicam a “ocupar” escolas e faculdades, a “invadirem” edifícios e ministérios ou a “exigirem” a demissão do ministro da Economia (ao que parece, devido a Costa Silva ― coitado do homem, seguramente já mais do arrependido por ter dado um tão infeliz passo governamental ― ter gerido uma empresa com interesses na área do petróleo).
De facto, fica sempre bem chamarmos a atenção sobre nós próprios, aparecermos na televisão com ar preocupado e sério ou darmos a ideia de que temos algo de relevante a transmitir aos nossos concidadãos e até ao mundo, tanto mais quanto o tema em apreço é tão de moda e sexy que ajuda à tentação de imitarmos as correspondentes manifestações internacionais sem carecer de especial cuidado e criatividade ― tudo funciona, assim, como uma espécie de réplica de pior gosto da Queima das Fitas. Sendo que o tema é também, em si mesmo, de um foro obviamente determinante para o futuro de uma Humanidade que hoje mesmo atinge os oito mil milhões de almas presentes à face da Terra. Ou seja: de como uma causa, que não só faz todo o sentido como sobretudo releva do absolutamente prioritário, acaba a ser abordada sem qualquer sinal da gravitas que a deveria acompanhar e reconduzida a algo entre o recreio e o passatempo, já para não dizer de incomodamente ridículo e quase cómico!
E não haverá mesmo ninguém que lhes possa fazer um desenho com vista para uma realidade comportamental mais adulta e menos virtual?
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