terça-feira, 7 de março de 2023

A TAP, SEMPRE A TAP

As capas dos cinco diários nacionais no dia seguinte à demissão do Chairman e da CEO da TAP pelo Governo de Costa, com comunicação bicéfala de um ministro das Finanças que não para de se tentar manter de pé face ao tanto que inventou para fazer tremer a legitimidade política do seu lugar e de um ministro das Infraestruturas nervoso e pouco à-vontade num papel de castigador que nunca anteviu e lhe parece ser profundamente desconfortável. O resto que se pode saber para já é por demais conhecido: Alexandra Reis vai devolver o dinheiro indevidamente auferido (atitude que lhe fica bem e que, face ao desenrolar do processo, seria razoável que não tomasse) e a gestora francesa vai abrir um contencioso judicial com o Estado Português de que dificilmente não sairá vencedora (no todo ou em parte é o que falta ainda saber). A Comissão de Inquérito à beira de se iniciar perdeu, entretanto, muito do seu interesse, exceto se vier a acontecer que nela possa valer a habilidade e competência de alguns deputados mais experientes no sentido de trazer à luz do dia alguns dos menos decentes contornos da história da TAP nos anos recentes. Tudo isto teria sido uma desnecessidade absoluta se não fossem as apressadas e inexplicáveis pulsões ideológicas do primeiro-ministro e a obediência acéfala do seu executor Pedro Marques, primeiro, e as inconsequências político-gestionárias de um Pedro Nuno Santos tão voluntarista quanto precipitado, depois. Sendo que o pior ainda estará para vir, quando se apurarem as pesadas contas finais de todo este amadorismo irresponsável.

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