quarta-feira, 22 de março de 2023

O AMOR DE PUTIN A XI

(Jeff Danziger, http://www.nytimes.com) 

A visita em curso do presidente chinês a Moscovo tem certamente subjacentes contornos geopolíticos complexos, mostrando nomeadamente a forte convergência de duas vontades ferreamente orientadas para a afirmação de uma alternativa não americana de hegemonia mundial, além de paralelamente também servir de importante compensação para o isolamento de Putin e as pequenas derrotas que vem sofrendo desde o início da invasão da Ucrânia.

 

Dito isto, que é o que mais releva em absoluto, as imagens do acontecimento que vão sendo divulgadas e o que sobre ele vai sendo divulgado não deixam de autorizar igualmente leituras e registos jocosos e relativamente ultrajantes para um Putin que já não consegue disfarçar quão desesperadamente se está a agarrar à crescente auréola de poder ostentada por Xi; a ponto de este se ter desde já tornado, para mal dos pecados e ambições neoimperialistas que toldam a atuação do presidente russo, o verdadeiro e definitivo mandante da aliança antiamericana em gestação e procura de consolidação ― de algum modo, e revendo uma certa história, uma submissão humilhante dos herdeiros do grande Estaline face aos herdeiros do seu seguidor Mao...

 

Neste quadro, a postura das autoridades chinesas também não traz quaisquer sinais positivos quanto ao que adicionalmente pode estar para surgir por aí, seja no tocante às condições permissivas de uma pacificação do conflito ucraniano (o “plano de paz” da China continua a não confrontar a Rússia com a necessidade de esta pôr fim à invasão) seja quanto ao obsessivo e problemático dossiê de Taiwan. Porque o que mais ressalta do que se pressente no comportamento de Xi e nas posições chinesas continua a ser marcado pela duplicidade das poucas falas e pela dominante arrogância das coisas gélidas.

(José María Nieto, http://www.abc.es)

(Emilio Giannelli, http://www.corriere.it)

(Patrick Blower, http://www.telegraph.co.uk)

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