quarta-feira, 13 de março de 2024

A ÚLTIMA CARTADA DE BRETON

tweet acima constitui objetivamente uma maldade pública dirigida a Ursula von der Leyen (UvdL) por parte do ambicioso comissário francês e vice-presidente da Comissão Europeia (CE), Thierry Breton (TB). Questionando a representatividade de UvdL no seio do PPE com base numa aritmética discutível (dos 801 delegados ao Congresso de Bucareste apenas terão votado nela 400, pese embora estes corresponderem a mais de 80% dos 499 votos expressos) e de um modo assaz sibilino (entre um est-il possible de (re)confier la gestion de l’Europe ao PPE pour 5 ans de plus? e um le PPE lui-même ne semble pas croire en sa candidate), TB parece estar a queimar os seus últimos cartuchos em relação à pretensão que teria de suceder a UvdL em nome de uma negociação dos lugares europeus que permitisse aos liberais do chamado “Renew” aceder à presidência da CE, tanto mais que já se sabe que será Valérie Hayer (que atualmente lidera o grupo no Parlamento Europeu) a candidata escolhida por Macron para ser a francesa que integrará o triunvirato que dará a cara pela plataforma liberal (EDP, ALDE e Renaissance) às eleições de junho (o que significa, na prática, o abandono pelo grupo de uma disputa direta nos termos da chamada Spitzenkandidat road). Custa a crer que TB, inteligente e habitualmente estratega, se tenha prestado a um tiro desesperado de pólvora seca ― o futuro dirá! ― mas o certo é que, no que toca à Comissão, les jeux sont faits...

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