sexta-feira, 29 de março de 2024

O XXIV GOVERNO

 

Não há muito a dizer, por enquanto, relativamente à constituição ontem conhecida do Governo de Luís Montenegro. Quer porque falta o elenco de Secretários de Estado, que neste caso é muito relevante para a devida operacionalização do funcionamento de várias pastas, quer porque nasce sob a ameaça de uma limitada durabilidade e, portanto, tal tende a tornar compreensível a opção por “prata da casa” e gente para o “combate político”. Neste quadro, a maioria dos nomes não parece criticável à partida, com uma ou outra exceção que confirma a regra e com uma ou outra interrogação que só a abertura do “melão” (leia-se, o ministro em ação) poderá validar num ou noutro sentido. Limito-me, por isso, a três apontamentos sumários: o pior terá estado na insistência de Nuno Melo em ser ministro, algo para que poucos lhe parecem reconhecer qualidades bastantes, assim tendo impedido outro membro do seu partido de ser escolhido (Cecília Meireles ficaria bem naquela composição); as maiores dúvidas estarão em Miranda Sarmento (vai ter drive para dirigir as Finanças?) e em Miguel Pinto Luz (algo me leva a suspeitar da sua real capacidade para gerir no concreto, e sem politiquice, as enormes e complexas áreas das Infraestruturas e da Habitação), embora talvez também em Pedro Reis na Economia (de quem, ao longo do tempo, só tenho ouvido banalidades); o melhor terá estado na captação do competente contributo de Fernando Alexandre, a despeito da lógica encontrada para o ministério que vai liderar, dado haver o sério risco de o Ensino Superior, a Ciência e a Inovação submergirem face à premência dos dossiês clássicos e pesados da Educação. De entre os restantes, com a nota de me limitar aos que vou conhecendo, as opções apresentam-se como prometedoras, em termos políticos e/ou técnicos, no tocante a Paulo Rangel, Leitão Amaro, Castro Almeida, Pedro Duarte, Graça Carvalho e José Manuel Fernandes, tendo de me restringir a uma mera expectativa tendencialmente positiva quanto ao possível desempenho das seis senhoras sobrantes.

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