A entrada de António Costa na campanha eleitoral aconteceu hoje no comício do Porto, o mais participado de todos os acontecidos até ao presente. A sua intervenção, cheia de uma graça e capacidade galvanizadora que lhe não são habituais e revelando uma enorme sagacidade política e uma notória segurança no conhecimento dos dossiês, foi a melhor que alguma vez lhe ouvi em manifestações públicas desta natureza ― e serei insuspeito de parcialidade, dada a forma muito crítica como tenho abordado neste espaço a essência da gestão política do primeiro-ministro nestes seus oito anos de exercício e, sobretudo, nos escassos menos de dois anos em que a maioria absoluta foi delapidada por manifesto desleixo e gritante arrogância! ―, a ponto de não ser de excluir que a mesma se possa ter constituído na tábua de salvação de um PS que parece estar a entrar na última semana de campanha em desvantagem relativamente à AD. O que, além de contrastar com a aparição de Passos ao lado de Montenegro no comício algarvio (essa sim, verdadeiramente dotada de laivos de “indecente e má figura”), daria a estes dias finais um condimento adicional de suspense que, de outro modo, já dificilmente irá marcar presença. Veremos, com a atenta expectativa que o tema necessariamente suscita.
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