quinta-feira, 28 de março de 2024

UMA NOTA EURO-PORTUGUESA

Não é todos os dias que encontramos um compatriota com destaque nas edições do “Financial Times”. Daí que, mesmo correndo o risco de poder ser acusado de parte interessada, tenha entendido como sendo informativo e potencialmente relevante trazer aqui o texto assinado por Henry Foy no Europe Express” de anteontem sob o subtítulo Mindset.

 

“A comissária da UE encarregada de pressionar as capitais a implementarem reformas ― desde aquelas destinadas a impulsionar a competitividade até às de apoio à transição verde ― diz que a mudança que é mais necessária para vencer rivais como os EUA e a China está na cabeça das pessoas, escreve Javier Espinoza.

Contexto: Bruxelas proporciona ajuda técnica aos países que dela necessitam para implementarem reformas, muitas vezes em troca de apoio financeiro. Desde a crise financeira grega, a assistência da Comissão Europeia expandiu-se para mais de 1.500 projetos de reforma vocacionados para empurrar os países no sentido de aplicarem reformas políticas em cada uma das principais áreas políticas — do digital ao verde.

Mas há uma reforma que importa mais, afirma Elisa Ferreira, comissária responsável pela reforma da UE e pelos fundos de coesão: uma mudança de mentalidade. ‘A Europa está muito mais consciente de que não pode ser um ator passivo no quadro global e tem de ter uma abordagem estratégica no mercado aberto e globalizado’, disse ela ao FT.

‘A concorrência é muito, muito alta com os EUA e a China. Temos plena consciência de que a Europa tem de ter um objetivo de autonomia estratégica, algo que tinha desaparecido durante algum tempo’, afirmou.

Os seus comentários surgem em antecipação de um relatório da Comissão que vai ser publicado hoje, descrevendo novos projetos de apoio técnico que foram lançados para apoiar os Estados-Membros.

Ferreira, a comissária portuguesa, disse que o Bloco estava mais consciente da necessidade de ser menos dependente de cadeias de abastecimento externas, especialmente na China. Falou da necessidade de a Europa ser ‘mais proativa em termos de segurança das cadeias de abastecimento por forma a construir uma real competitividade’.

E enfatizou: ‘A Europa tem de permanecer aberta, mas a Europa é menos ingénua quando joga o jogo que todos os outros também jogarem’.

Ferreira também disse que a UE precisa de melhorar o cumprimento de novas leis verdes, uma vez que procura evitar uma espécie de greenwashing por parte de empresas ou países que alegam estarem a tornar-se mais sustentáveis, mesmo que não o estejam.

‘Estamos preocupados’, acrescentou ela. “Quando a classificação é muito complexa e se tem que confiar ao mercado a adequação do que se está a fazer, sendo então aspetos críticos a interpretação e o modo de implementação.’”

 

Aqui fica o registo, sem adição dos comentários clarificadores que alguns aspetos do texto mereceriam.

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