segunda-feira, 18 de março de 2024

A SEMANA QUE VEM

(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt

Depois da correria eleitoral abaixo representada, ao que se seguiram dias ruidosos para ir entretendo o pouco povo interessado (com as honrosas exceções de Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos), vamos entrar na semana das primeiras grandes decisões: vêm aí os resultados da Emigração (arrisco mais dois deputados para o “Chega”, um em cada círculo eleitoral, mais um para o PS na “Europa” e mais um para o PSD “Fora da Europa”) e logo a seguir a indigitação de Montenegro por Marcelo (que, a acontecer algo do que acima adianto, evitará parcialmente aquela conversa que nunca aconteceu).

 

O indigitado passará a seguir ao fecho do governo, sendo-me cada vez mais claro que chamará o CDS (Nuno Melo na Administração Interna ou na Defesa será de gritos!) e a “Iniciativa Liberal” (Rui Rocha na Habitação, digo eu, afastaria a favorita das listas que por aí circulam, Filipa Roseta, mas vejo com dificuldade outra alternativa de pasta que não seja o Turismo) para o acompanhar, numa demonstração de antecipado temor da solidão do poder. No restante, Montenegro é suposto apontar Joaquim Miranda Sarmento e Pedro Reis para as Finanças e a Economia (embora se tenha falado de Paulo Macedo, este ainda não deverá ter ensandecido), Ana Paula Martins ou Miguel Guimarães para a Saúde, Paulo Rangel para os Negócios Estrangeiros, Miguel Pinto Luz para as Infraestruturas, José Eduardo Martins para o Ambiente, Hugo Soares para os Assuntos Parlamentares e António Leitão Amaro para a Presidência, com o equilíbrio de género a ser minimamente enfrentado através de Cecília Meireles na Segurança Social, Liliana Reis na Ciência e Teresa Morais na Cultura; com menos convicção, fala-se ainda de Gonçalo Matias na Justiça, de Hélder Sousa no Território, de Eduardo Oliveira e Sousa para a Agricultura e de Tiago Pitta e Cunha no Mar. Sendo para mim claro que o fecho do puzzle está ainda longe de estar resolvido na cabeça do futuro primeiro-ministro, assim como que o mais certo seja a existência de surpresas em relação ao que se vai prevendo.

 

A observar com atenção, ainda, o que sucederá para as bandas socialistas (entre o reaparecimento de Pedro Nuno Santos e a reunião da sua Comissão Nacional) e quantos mais coelhos tentará tirar Ventura da cartola de um desejado convencimento de Montenegro (que nunca acontecerá em termos formais, apesar de estar na cara a quase inevitável repetição do que sucedeu nos Açores). Por fim, e enquanto o resto da Esquerda lambe as suas feridas e exorciza os seus fantasmas, o afetado calculista José Pedro Aguiar Branco reserva-se para tentar chegar a segunda figura do Estado. 

(Vasco Gargalo, https://www.sabado.pt)

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