quinta-feira, 24 de maio de 2018

NO VAZIO E NO DESCONHECIDO

(James Ferguson, http://www.ft.com)

(Joe Cummings, http://www.ft.com)

(Emilio Giannelli, http://www.corriere.it)


A evolução política, económica e social em Itália traduz-se na estreia absoluta de um filme que poderá transformar-se em complexo terror, tendo fortes probabilidades de também produzir gravíssimos efeitos de contaminação nas vizinhanças periféricas mais a sul ou mesmo a nível continental e global. Martin Wolf, um analista que crescentemente aprecio pelo seu profundo profissionalismo eivado de um rigor sem concessões, titulou ontem a coluna que assina no “Financial Times” a preceito (“Italy’s new rulers could shake the euro”) e documentou-a em indesmentível conformidade – reproduzo abaixo, com a mais respeitosa das vénias, os seis eloquentes gráficos nela incluídos, que assim me dispensam de quaisquer considerações adicionais. Debaixo deste pano de fundo, e em paralelo ao acordo governativo de duas forças populistas e antieuropeístas, às ameaças ao euro que quiseram deixar expressamente vincadas e à chegada de um professor desconhecido e inexperiente (Giuseppe Conte) ao comando da decorrente governação, como não sublinhar de novo as responsabilidades comunitárias e sistémicas em todo este potencial desastre que temos diante de nós? Faço-o citando um comentário ao texto de Wolf (assinado Optimiste), muito sintomaticamente referenciado no “FT Opinion” desta manhã e rezando assim: “Quando a tragédia grega se desenrolou, foi bastante fácil perceber que a Itália poderia ser a próxima peça do dominó a cair. O que fizeram, entretanto, os políticos em Bruxelas? Quase nada; como sempre, chutaram a lata pela estrada fora esperando que a grande crise seja evitada. A França, mas sobretudo a Alemanha, tentou comprar tempo como se fundamentalmente já não estivessem interessados na Zona Euro. Hoje, o senhor Le Maire e outros bem podem começar a mostrar a sua relutância porque parece ser excessivamente tarde, o dano está feito e não será revertido rapidamente. Nada de pessoal, mas Juncker e a sua clique de burocratas são inúteis e a Zona Euro e a União Europeia acabarão por pagar um pesado preço por terem permitido tão irrelevantes figuras ao comando do maior bloco comercial do mundo.” Queira Deus...






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