(A proteção civil anda de novo às aranhas e todos temos que
elogiar a coragem do ministro Cabrita em querer pôr mão em toda esta tropa. Mas
num tempo de mudança, talvez conviesse perguntar por que razão o poder feito
inércia e com comportamentos de incendiário comunicacional continua à frente
dos bombeiros …)
Não é
decididamente para zurzir nos lagartos que escrevo este post e o encabeço com
esta imagem da mais pura reconciliação.
Sabemos que
a proteção civil se transformou nos últimos tempos numa corte de pequenos ou
grandes interesses nacionais, regionais e locais. O sistema é cada vez mais
complexo e vive um paradoxo, estranho como todos os paradoxos. Quanto mais nele
se intervém mais complexo e indomável ele se torna. Os mecanismos de
coordenação e governança do sistema são insondáveis. Os acontecimentos de junho
e outubro de 2017 e o seu rescaldo em 2018 evidenciaram claramente esse traço,
tragicamente, diga-se.
Mas,
curiosamente, no meio de tanta bagunça e mudança, algo permanece, o
representante da Liga dos Bombeiros no sistema. Ex-dinossauro autárquico (Vila
Nova de Poiares), Presidente da Assembleia Geral do Sporting e chefe dos
bombeiros. Não direi que se trata de uma combinação explosiva que não convém
neste caso, mas Jaime Marta Soares é uma peça da inércia a que a questão dos
incêndios florestais chegou. A cobertura e conciliação com um presidente
protótipo do incendiário social, com reflexos na própria organização, mas amado
por gente aparentemente responsável como o cirurgião Barroso, que tinha idade
para ter juízo, constitui uma contradição absurda para presidir à Liga de
Bombeiros. O homem fala grosso com todo o poder, vai-se impondo à marretada
comunicacional e permanece, o que é um mistério de resistência ou de defesas
bem preparadas, esperando que seja o resultado mais da primeira do que das
segundas, pois estas a existirem seriam devastadoras em termos de transparência
do sistema.
Fala-se que
o comandante operacional da Proteção Civil se terá demitido após reunião em que
Marta Soares estava presente. E talvez não tenha sido por acaso que este se
apressou a sancionar positivamente a nomeação do novo comandante, como que a
sugerir a toda a agente, incluindo o poder, que agora sim, está tudo bem.
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