segunda-feira, 14 de maio de 2018

PP E PSOE AO FUNDO



(Prossigo na monitorização da situação política espanhola. O barómetro METROSCOPIA realizado para o El País no início de maio projeta o CIUDADANOS como principal força política espanhola se hoje houvesse eleições e a surpresa maior é o facto da coligação PODEMOS – IZQUIERDA UNIDA ser a segunda força política. Em linguagem de batalha naval, tiro certeiro no PP e no PSOE que agonizam no seu pior resultado dos últimos 25 anos.

A cada cavadela de sondagens na vizinha Espanha, a sua surpresa, que neste caso é a confirmação de um declínio anunciado há já algum tempo. O partido de Albert Rivera domina com cerca de 29% dos votos, seguido pelo UNIDOS PODEMOS com quase 20%. PP e PSOE afundam-se com 19,5% e 19% dos votos (link aqui). O conjunto CIUDADANOS-PODEMOS supera claramente os partidos do regime PP e PSOE, parecendo observar-se uma recomposição à direita e à esquerda. À direita o eleitorado parece dizer que é tempo de rejuvenescer e limpar a corrupção em que o PP se atolou, apesar de Rajoy poder ser o homem mais impoluto daquele universo. À esquerda, o PSOE perde poder de capitalização para uma formação política que, apesar de instável e parecer antever uma incapacidade de governação, logra tornar-se na segunda força política, por muito instáveis que estes barómetros sejam. Com a votação extrapolada por este barómetro, o partido de Rivera poderia inclusivamente dar-se ao liuxo de poder formar governo. O PSOE é ainda fortemente penalizado pelo facto de ser a força política que menos capacidade revela de reter eleitorado, algo de fatal nestes tempos de efemeridade política. Dos seus votantes, a percentagem que acredita mais no CIUDADANOS do que no seu próprio partido é já de 34% (contra 30% de confiança no PSOE).

Quanto ao PP, um dado relevante é que os seus eleitores afirmam maioritariamente (cerca de 63%) que o tempo de Rajoy já passou, o que parece insinuar que ele estará nos 35% que continuam a defender que o seu tempo não está esgotado. O homem demora em ser convencido.

A recomposição está assim em curso, cavando tendências marcadas.

Que a ascensão do CIUDADANOS não parece um fogacho politico é algo que surge também demonstrado pela projeção da sua votação em Madrid (link aqui). A formação de Rivera supera mesmo na última sondagem a formação política de Manuela Carmena. Esta última continua a ser uma personalidade política muito apreciada, mas a sua gestão efetiva do município é mal valorada, o que parece poder abrir caminho a uma outra mulher à frente dos destinos da capital espanhola, Begoña Villacís.

A recomposição está em marcha, repito à direita e à esquerda.

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