(Prossigo na monitorização da situação política espanhola. O
barómetro METROSCOPIA realizado para o El País no início de maio projeta o
CIUDADANOS como principal força política espanhola se hoje houvesse eleições e
a surpresa maior é o facto da coligação PODEMOS – IZQUIERDA UNIDA ser a segunda
força política. Em linguagem de batalha naval, tiro certeiro no PP e
no PSOE que agonizam no seu pior resultado dos últimos 25 anos.
A cada
cavadela de sondagens na vizinha Espanha, a sua surpresa, que neste caso é a confirmação
de um declínio anunciado há já algum tempo. O partido de Albert Rivera domina
com cerca de 29% dos votos, seguido pelo UNIDOS PODEMOS com quase 20%. PP e
PSOE afundam-se com 19,5% e 19% dos votos (link aqui). O conjunto CIUDADANOS-PODEMOS supera
claramente os partidos do regime PP e PSOE, parecendo observar-se uma recomposição
à direita e à esquerda. À direita o eleitorado parece dizer que é tempo de
rejuvenescer e limpar a corrupção em que o PP se atolou, apesar de Rajoy poder
ser o homem mais impoluto daquele universo. À esquerda, o PSOE perde poder de capitalização
para uma formação política que, apesar de instável e parecer antever uma incapacidade
de governação, logra tornar-se na segunda força política, por muito instáveis que
estes barómetros sejam. Com a votação extrapolada por este barómetro, o partido
de Rivera poderia inclusivamente dar-se ao liuxo de poder formar governo. O PSOE
é ainda fortemente penalizado pelo facto de ser a força política que menos
capacidade revela de reter eleitorado, algo de fatal nestes tempos de efemeridade
política. Dos seus votantes, a percentagem que acredita mais no CIUDADANOS do
que no seu próprio partido é já de 34% (contra 30% de confiança no PSOE).
Quanto ao PP,
um dado relevante é que os seus eleitores afirmam maioritariamente (cerca de 63%)
que o tempo de Rajoy já passou, o que parece insinuar que ele estará nos 35%
que continuam a defender que o seu tempo não está esgotado. O homem demora em
ser convencido.
A recomposição
está assim em curso, cavando tendências marcadas.
Que a ascensão
do CIUDADANOS não parece um fogacho politico é algo que surge também demonstrado
pela projeção da sua votação em Madrid (link aqui). A formação de Rivera supera mesmo na última
sondagem a formação política de Manuela Carmena. Esta última continua a ser uma
personalidade política muito apreciada, mas a sua gestão efetiva do município é
mal valorada, o que parece poder abrir caminho a uma outra mulher à frente dos
destinos da capital espanhola, Begoña Villacís.
A recomposição
está em marcha, repito à direita e à esquerda.
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