terça-feira, 29 de maio de 2018

O REGRESSO DAS PRIMAS


As coisas estavam a pôr-se claramente feias em Itália, sobretudo desde que duas formações de extração populista tinham logrado firmar um acordo de governo de forte pendor programático eurocético. Sendo que a Espanha também ia ajudando à festa com a incerteza política ao rubro e a atingir níveis máximos de imprevisibilidade. Ora, os nossos velhos conhecidos mercados de tudo isto iam dando a devida conta, através de evoluções subitamente ascendentes dos chamados prémios de risco (já começávamos a ter umas certas saudades, não?).

Entretanto, e durante o fim de semana, o presidente italiano Sergio Mattarella veio negar a investidura de Pablo Savona como ministro da Economia daquele novo governo de coligação em constituição – por razões associadas às convicções antieuropeias do dito (que é ferozmente crítico da moeda única e até já chegou a escrever que o euro não passa de uma jaula alemã) – e logo os dois líderes em aproximação (Salvini e Di Maio) se declararam entendidos quanto a abdicarem do acordo que haviam alcançado e assim obrigarem o país a um inevitável novo processo eleitoral, que obviamente estimam os poderá favorecer adicionalmente. Perante todo este quadro, condenados estaremos todos – Portugal irremediavelmente incluído – a voltar a olhar com redobrado cuidado para as tais “primas”...

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