domingo, 17 de janeiro de 2021

LASCHET E QUEM MAIS?


(Joachim Tiedemann, “Tiede“, https://de.toonpool.com) 

O velho partido democrata-cristão alemão (CDU) – o partido que foi de Konrad Adenauer (1950-1966), de Helmut Kohl (1973-1998) e de Angela Merkel (2000-2018), embora também episodicamente de  Wolfgang Schäuble (1998-2000) – escolheu ontem o seu novo líder, após a decisão de abandono de Angela Merkel em 2018 e a subsequente renúncia da então suposta delfim Annegret Kramp-Karrenbauer (AKK, atual ministra da Defesa). Foi vencedor, à segunda volta, o ministro-presidente do Estado da Renânia do Norte-Vestefália (capital Düsseldorf), Armin Laschet (AL) – uma vitória talvez algo surpreendente, segundo alguns conhecedores da realidade local e o que vaticinavam as sondagens (que atribuíam o favoritismo ao mais conservador e radical Friedrich Merz, já perdedor contra AKK), ou talvez nem tanto, dada a emanação aparelhística de AL e a promessa de continuidade que lhe era atribuída (sendo sabido quanto os alemães de hoje preferem movimentos lentos a bruscos e ainda não fizeram, maioritariamente, o luto em relação a Merkel).

Vejam-se, abaixo, os rostos dos três concorrentes que disputaram o poder até ao fim (além dos dois finalistas, um pequenino e patusco e o outro grandão e pouco dado a brincadeiras, também incluindo o acinzentado parlamentar Norbert Röttgen) e, mais relevante, as caras que poderão marcar os tempos mais próximos (AL e um dos seus vice-presidentes, o jovem e popular ministro da Saúde Jens Spahn) se se confirmar que Laschet indicará Spahn como candidato eleitoral a chanceler, o que só ocorrerá se conseguir ter o jogo de cintura interno e público necessário a evitar que seja o popularíssimo líder da CSU bávara e ministro-presidente do Estado (Markus Söder) – a sondagem do “Politico” (segundo gráfico acima) atribui-lhe 80% de apoio – a impor-se. Em suma: uma procissão que ainda vai no adro e uma disputa que será certamente estimulante para quem aprecia a política no seu mais profundo melhor; não obstante, seria bom que dali não viessem perturbações indesejáveis a somar-se às que já tanto nos confundem e afligem.



(Thomas Luft, https://cartoonalarm.de e excerto de Kostas Koufogiorgoshttps://de.toonpool.com)

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