sábado, 9 de janeiro de 2021

REVISÕES DE MATÉRIA DADA

(excerto de Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

Esta foi a semana em que António Costa teve dois destaques sobre o mesmo tema no “A Frase” do “Público”. Um em torno da reafirmação da sua confiança política na ministra da Justiça, a despeito das denúncias que vieram a lume sobre a nomeação do procurador europeu José Guerra e dos desafios de Marcelo quanto à gravidade do “descuido”. O outro decorrente do ataque a três militantes do PSD numa base de traição à Pátria e que, parecendo sinalizar uma dose de cansaço e desgaste compreensível à luz da conjuntura que vivemos, não deixa de ser pouco consonante com o exigível a um primeiro-ministro, ademais titular em exercício da Presidência Europeia. Quanto ao assunto propriamente dito, e após ter ouvido entrevistas de Francisca Van Dunem e a sua audição no Parlamento, a ideia primordial que me ficou foi a de alguma inocência pessoal e política, ou seja, a de estarmos perante alguém que é passível de ser alvo de aproveitamentos alheios em mistelas de contornos duvidosos. Finalmente, e seja lá como for, o certo é que, por via de uma situação política objetivamente impotente para obrigar a exercícios de transparência e responsabilização, o Governo instalado irá permanecer intocável na composição inicialmente definida por Costa até que as autárquicas (leia-se, a sua preparação ou a sua resultante) o convençam a um refrescamento ou lho imponham. Ainda assim, não é de excluir que possam muito bem emergir, subitamente, condições (políticas ou outras) que tornem imperiosas atuações menos tardias ou menos programadas e até movimentos indesejados ou surpreendentes...


(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)


(Luís Afonso, “Bartoon”, https://www.publico.pt)

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