sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

PANDEMIA E VULNERABILIDADES NACIONAIS

(Flavia Álvarez Pedrosa, “Flavita Banana”, https://elpais.com)

Foi a “The Economist” que me chamou a atenção para uma avaliação empírica da “Oxford Economics” (OE) sobre as condições dos diferentes países do mundo em matéria de capacidade de recuperação pós-COVID 19, envolvendo uma bateria combinada de indicadores de diversa natureza (quebra de crescimento económico, mercado de trabalho, estrutura da economia, saúde, desequilíbrios económicos e financeiros, medidas políticas compensatórias e seus limites). O posicionamento relativo da amostra eleita para publicação situava as Filipinas à cabeça do score de vulnerabilidade, seguindo-se-lhes a Índia e, logo depois, a Espanha, a França, o Reino Unido e a Itália (esta apenas tendo também a África do Sul de permeio), todos estes países europeus em pior ranking do que muitos dos “cristos” mais citados enquanto vítimas da pandemia (como Brasil e Estados Unidos).

 

Fui à procura para entender mais e melhor e, para além de aspetos metodológicos que aqui não vêm ao caso, concluí que o estudo foi elaborado para um total de 162 países e que nele estava naturalmente incluído o nosso (aliás em lugar negativamente destacado, i.e., entre o Reino Unido e a Itália do gráfico acima, sendo o quinto mais mal posicionado da União Europeia). Num plano mais geral, o trabalho da OE evidencia também que as economias ditas emergentes serão genericamente mais vulneráveis do que as ditas avançadas mas que algumas destas não deixarão de ser bastante significativamente tocadas pela crise pandémica (quatro dos dez piores scores). Uma outra dimensão tratada é a que decorre da observação dos dados de 82 epidemias precedentes, designadamente quanto à diversidade temporal e espacial manifestada nas recuperações de médio prazo e quanto ao facto de o trend de crescimento a cinco anos nelas cair, em média, 3 pontos percentuais em relação à tendência pré-crise. Reproduzo também, mais abaixo, os interessantes dados relativos à componente saúde do trabalho, onde se revelam, aliás, alguns elementos classificativos surpreendentes. Aqui fica uma informação que julgo relevante para quem pretender empreender algum esforço de aprofundamento rigoroso de matéria tão sensível e marcante para melhor elucidação do que está para vir.



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