O Reino Unido acaba de atingir a desgraça redonda dos 100 mil mortos por Covid-19, o que corresponde à pior situação do continente europeu e à quarta pior à escala global (logo depois de Estados Unidos, Brasil e Índia). Por lá, o inefável BoJo continua a gerir a crise como melhor vai podendo e sabendo, nitidamente learning on job e confrontado com uma realidade concreta cuja dureza de contornos não apenas desconhecia como ignorantemente desvalorizava (ainda lhe há de acontecer o mesmo quando tiver que ir lidando com as variadas incidências decorrentes do Brexit...).
Ainda assim, e mesmo compreendendo toda a dimensão das dificuldades com que o “estadista” se defronta, nada poderá justificar a indecência do “golpe” de que parece ter sido indutor junto da administração da AstraZeneca no sentido de um desvio em favor britânico da entrega de parte das vacinas contratualizadas com a União Europeia (o que não deixará de ter, óbvias e potencialmente graves repercussões em termos de incumprimento dos planos de vacinação dos 27 e, portanto, também do nosso). O tratamento jurídico-político do dossiê está ao rubro nas grandes capitais europeias, em especial entre Bruxelas e Berlim (leia-se, entre as duas rígidas amigas germânicas Ursula von der Leyen e Angela Merkel), tudo indicando estarmos perante um incidente que irá ainda fazer correr muita tinta e talvez não só...
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