Começam hoje os debates televisivos de umas Presidenciais desinteressantes como só as de Soares contra Basílio o tinham sido. Abrem com um Marcelo-Marisa em que se espera que a bloquista possa explicar-se um pouco mais consistentemente – acima, quatro temas possíveis: porque é que “a defesa do SNS está em perigo” com Marcelo e Costa, como é que o “PR deu centralidade a Ventura”, de que forma é que “gostava muito que pudesse haver acordos futuros com o PS” e em que medida é que “a ‘bazuca europeia’ fica aquém do necessário”, eis quatro bons temas para que o “Bloco de Esquerda” tenha nova oportunidade para pôr à prova a sua sempre adiada maturidade partidária enquanto alternativa no interior do nosso sistema democrático. Porque nem as contingências do OE foram aproveitadas nessa perspetiva nem a opção por uma candidatura própria contribui nesse sentido, especialmente quando o PS não apresenta candidato e se verga a um “unionismo” marcelista e quando a área socialista de que se reclama tem a concorrência uma Ana Gomes que navega nas mesmas águas e parece estar em melhores condições de resultado. Será que, num assomo de inteligência política, Marisa ainda virá a acordar com Ana um apoio que derrote visivelmente o inqualificável e perigoso André Ventura?
Debates a ter em conta serão, à partida – porque resultados só no final dos jogos! –, os de Ana Gomes com Marcelo e com Ventura e talvez também o que oporá estes dois, ficando o potencial do confronto entre Marisa e João Ferreira muito dependente da dimensão dos taticismos que o venham a marcar. O resto tenderá a ser uma desinteressante música celestial se não ocorrerem as surpresas que por vezes levam os principais favoritos a títulos a perdas de pontos com equipas pequenas.
Em todo e qualquer caso, estou quase certo de que o mês de janeiro nos trará outros e melhores motivos de reflexão e análise, mesmo cá dentro.
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