Enquanto o primeiro-ministro prossegue a sua meticulosa campanha de marketing político — ainda hoje declarou nos Açores que um terço das verbas do PRR já está contratualizado (e isso é bom?) —, visando as Autárquicas e uma subsequentemente desejada retoma de iniciativa no quadro das negociações orçamentais, há dias atrás o “Jornal de Negócios” divulgou uma sondagem em que uma larga maioria de portugueses se declarava desconfiada quanto à eficácia dessa mesma bazuca europeia. São feitios!
Entretanto, os “ajudantes” começam a desdobrar-se em provas de vida que os possam reabilitar ou, pelo menos, não prejudicar no que poderá estar para vir (nunca se sabe!). A este nível, a grande exceção está nos que estão a coberto do que quer que seja, como Eduardo Cabrita (um “excelente ministro” e a ser alvo de um “ataque desprezível”) e Marta Temido (que se tornou uma estrela em ascensão no Congresso do PS e até já serve de arma de arremesso contra o mal-amado ministro das Infraestruturas — como disse Marques Mendes, “fica a sensação de que, para António Costa, o futuro líder do PS pode ser qualquer um, desde que não seja Pedro Nuno Santos”), além dos quatro óbvios (que também são de Estado) Pedro Siza Vieira, Augusto Santos Silva, Mariana Vieira da Silva e João Leão.
Mas também poderão estar razoavelmente protegidos aqueles que não existem e que, por isso, nunca sairão da sombra de uma mediocridade aflitiva — estarão enquanto forem úteis para fazer número em movimentações secundárias (ou terciárias ou quaternárias...) que vão servindo para “entreter o pagode” (dispenso-me de os enumerar pessoalmente apenas por razões de estrita compaixão). Dos restantes, que são aliás poucos depois de descontados todos os anteriores, três foram chamados à colação nos últimos dias, uma empurrada por se estar a revelar incapaz de cumprir algumas das suas missões governamentalmente estratégicas (com o processo de “descentralização” na primeira linha), outro pela opção própria de se ter decidido a explicitar alguns dos conteúdos mais popularuchos que pretende desenvolver no quadro da sua área de responsabilidades (mesmo que por via de uma cedência a perversas confusões entre Política de Ciência e Ensino Superior e Política de Desenvolvimento Regional) e outro ainda pela sua irreprimível atração pelas luzes que houver em condições de lhe permitirem a exibição do seu tão auto-apreciado verbo marialva e fácil. E assim vamos, à espera de qualquer coisa... ou até mesmo de nada; duvido mas talvez isso não importe por aí além.
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