sábado, 8 de abril de 2023

À LUZ DE ONTEM E HOJE

(excerto de Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt) 

É disto que às vezes falo quando me refiro à comunicação social portuguesa e ao seu míope e fanático benfiquismo. Do alto dos dez pontos de avanço conquistados e dos Quartos da Champions ― e não cuidando de avaliar com objetividade de quanto tal dependeu de um senhor que já lá não está (Enzo Fernández) e de circunstâncias especiais (como a expulsão de Eustáquio no jogo da primeira volta no Dragão, num caso, e da incompetência da estrutura do Paris Saint-Germain que lhes permitiu vencer fortuitamente o grupo, no outro) ―, canonizaram Roger Schmidt e quiseram transformar esta boa equipa do Benfica numa equipa-maravilha praticamente imbatível e a imparável caminho da final europeia deste ano. Os pobres coitados dos orientandos de Sérgio Conceição iriam, assim, ser meramente conduzidos ao sacrifício pascal que 62 mil lhes destinavam (“luz do título”, “jogo do título”, “à luz do título”, sendo que os das TV’s ainda foram vaticinando piores desfechos!) com sobranceria, despeito e ódio q.b. Afinal, isso era ontem (como vinha sendo há dias, semanas e meses) porque hoje e no campo os de azul-e-branco dominaram a seu bel-prazer, evidenciando competência e garra, quando não momentos pontuais de classe (Otávio encheu o campo!). Claro que os “encarnados” estão prestes a sagrar-se campeões e terão nisso algum merecimento (apesar das ajudas externas, como se viu na semana passada em Vila do Conde), mas o certo é que perderam inequivocamente no confronto direto e, também, que Schmidt não é o mago que apregoam quando colocado em confronto com a apurada inteligência tática do irritadiço Conceição. A lição foi dada no terreno de jogo (onde o VAR Luís Godinho ainda se foi esquecendo do que pôde...), mas esta gente do centralismo doentio é consabidamente incorrigível!


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