(Na modorra de um abril húmido em Seixas, tempo apenas para refletir um pouco sobre um gráfico, construído a partir das estatísticas mais recentes das Nações Unidas sobre a população mundial. Todos fomos alertados para a informação simbólica de que a massa demográfica da Índia ultrapassara a da China. Essa informação sinaliza bem como a transição demográfica da China se acelerou nos últimos tempos. O gráfico que abre este post aprofunda essa questão, diferenciando bem os dois gigantes em matéria de dinamismo demográfico. A juventude da população indiana supera claramente a chinesa, como as suas pirâmides etárias nos explicitam com clareza. A questão que pode colocar-se não é necessariamente a canónica, de a uma maior juventude se abrir um maior potencial futuro.
De facto, podemos colocar esta interrogação: será que o maior dinamismo demográfico indiano não refletirá condições de fertilidade mais elevadas, explicadas essencialmente pelo facto do desenvolvimento económico indiano não pressionar ainda significativamente a taxa de fertilidade total no sentido da baixa? Será que nos estados indianos mais prósperos, a taxa de fertilidade não estará a descer acentuadamente? Sabemos que são os estados do norte mais pobres que apresentam as taxas de fertilidade mais elevadas, absorvendo as percentagens mais elevadas de população e as mais baixas em termos de empregos industriais.
Na China, a idade média superou já a dos Estados Unidos e os valores da fertilidade (ver post anterior sobre a matéria) refletem os erros da Grande Fome associada aos tempos de Mao Tse Tung e da política de um filho por casal, mas também andam associados ao acelerado ritmo de desenvolvimento económico urbano da China.
Por isso, a questão relevante é a seguinte: está a Índia em condições de retirar os benefícios adequados deste maior potencial demográfico?
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