Ainda não haverá distância suficiente para que se perceba cabalmente se a chaga aberta na sociedade francesa por Emmanuel Macron valeu ou não a pena do ponto de vista da preparação para um futuro mais sustentável. Mas duas coisas estão desde já adquiridas: a sua popularidade caiu a pique e em dimensões que parecem irrecuperáveis (muito também por via de uma falta de jeito, que veio abruptamente ao de cima, para lidar com o tema em termos dialogantes e comunicacionalmente apropriados), por um lado, e a imagem turística de Paris passou a contar com novos e improváveis elementos (veja-se a vinheta acima), por outro.
Depois de uma teimosia tenaz em matéria de “reforma das reformas”, o que lhe surgia como a última oportunidade para deixar uma marca sinalizadora da sua passagem, Macron tem tentado de tudo para lograr alguma pacificação. Infrutiferamente, como se continua a constatar. E agora, quando faz um ano passado sobre a sua reeleição, parece remetido ao longo calvário de mais quatro anos a penar sem a glória que julgava estar-lhe destinada. A não ser que... a Europa, sim a Europa possa emergir como salvadora de uma carreira política que tanto prometia. Se esta minha perceção estiver certa, podem esperar voltar a ver um Macron declarativo e sempre fulgurantemente propositivo no concerto europeu, mais vezes visando estratégias autonomizantes do que futuros verdadeiramente alcançáveis e seguramente almejando também uma reserva de candidatura a um cargo notório logo que possível.
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