O Benfica está à beira de se sagrar campeão nacional após quatro anos sem títulos. Apesar disso, a “nação benfiquista” não se dá por satisfeita e, insistindo em ter mais olhos do que barriga, já se dava por campeã europeia apesar de ainda ir apenas disputar os Quartos-de-Final. O jogo de ontem com o Inter de Milão, imediatamente após o da liga portuguesa categoricamente vencido pelo FC Porto na Luz, veio pôr alguma água fria nas cabeças delirantes de adeptos estupidamente alimentados pelo fanatismo cego e imperialista de uma imensa maioria de pseudoprofissionais da comunicação social (de “A Bola” ao “Record”, do “Correio da Manhã” à “CMTV”, da “CNN Portugal” à “Sportv” e até a muita “RTP”). E era ouvi-los ontem nos diversos canais a baterem forte e feio no seu ex-deus alemão (o até agora fantástico treinador Schmidt, milagrosamente descoberto por Rui Costa) ou a redescobrirem quanto esta equipa pouco tem a ver com a do início da época (aperceberam-se finalmente de que Enzo já não está!) ou quanto o banco é limitado ou quanto Chiquinho é curto ou quanto Neres é que devia jogar ou quanto a preparação física parece deficiente... Sim, o Benfica vai ganhar internamente porque amealhou pontos no tempo certo, mas é preciso dizer bem alto que seria um crime de lesa-futebol que, na atual conjuntura, pudesse sequer aspirar a vencer a maior taça europeia. Como, aliás também, uma qualquer outra formação futebolística portuguesa.
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