Com o apuramento de resultados próximo do seu final, já é possível perceber o que sucedeu ontem na Finlândia: (i) Sanna Marin não chegou à frente mas apenas em terceiro (embora aumentando a expressão relativa do seu partido); (ii) saiu reforçado o peso relativo dos três maiores partidos da atual cena política (já que o Partido do Centro parece ter sido chutado para fora de hipóteses de liderança governativa), muito certamente por razões a que a proximidade da guerra não será alheia e que terão decorrido de boa parte dos eleitores a optar por uma espécie de voto útil ― daí a subida de 20 lugares no Parlamento dos três maiores (metade para os Conservadores, 7 para os Finns e 3 para o SDP); (iii) Petteri Orpo será o novo primeiro-ministro, ficando por saber-se se ao leme de um governo de direita que de algum modo terá de integrar os populistas ou ao leme de um governo que fundamentalmente coligue as duas maiores forças democráticas em tempo de grande ameaça externa (o que parece mais provável). Assim, e em qualquer caso, o facto é que Sanna acaba por perder uma batalha importante mas também o é que as coisas irão seguir um rumo natural no país que alguns dizem ser o mais feliz do mundo, esperando-se que o talento já revelado pela jovem primeira-ministra cessante ainda possa vir a ser explorado no quadro nacional ou europeu.
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