Sou dos que pensam que a crise europeia estará ainda longe do fim. Sobretudo com a gestão política que vem dominando e não parece dar sinais de quaisquer cedências ou afrouxamentos perante a asneira – ou, talvez pior, não será que os interesses mais fortes e representativos já vão dando a Europa por perdida?
Neste quadro, valerá a pena referenciar um recente research do “Bank of America Merrill Lynch” que aponta para a crescente significância de se estudar um colapso da Zona Euro, algo que não consideram ainda o seu cenário-base mas já uma possibilidade a ter em conta – citando: “qualquer break-up ou saída dificilmente seria ordeira” e “se o Euro quebrasse, tal implicaria provavelmente uma dissolução total, com todos os países a voltarem à sua moeda originária, ou uma união parcial com apenas algumas nações a saírem”.
Foi precisamente sobre esta hipótese de uma qualquer rotura que aqueles analistas se centraram, pretendendo sobretudo examinar com algum detalhe as respetivas consequências cambiais. De sublinhar, em particular, que as projeções em caso de ocorrência do cenário de dissolução total (aquele que ainda é hoje, apesar de tudo, o menos provável) apontam para uma subavaliação das moedas holandesa, finlandesa e alemã em relação ao dólar americano e para uma sobreavaliação das restantes (incluindo a francesa, a portuguesa, a italiana e a espanhola). E andou-se para aí a badalar em nome de uma união económica e monetária europeia!
Sem comentários:
Enviar um comentário