Excerto da mensagem de Natal do primeiro-ministro aos portugueses: “Em termos líquidos, até ao terceiro trimestre, foram criados cerca de 120 mil novos postos de trabalho. Com a ajuda das políticas ativas de emprego, o desemprego – que tinha atingido níveis inaceitáveis no decurso desta crise – tem vindo a descer mês após mês, em particular o desemprego jovem.”
Cento e vinte mil novos postos de trabalho, disse. E desta vez não mentiu, apenas omitiu. De facto, como evidencia o gráfico acima (autoria TVI), esse foi o montante de empregos criados no semestre de março a setembro deste ano. Sendo que as estimativas mais praticadas costumam ser de base anual, no caso referenciando ora que 2013 já assistiu à criação de 21 mil empregos (o ponto de partida não seria aqui março mas o final do ano anterior) ora que no período de um ano foram até agora destruídos 103 mil postos de trabalho (o ponto de partida seria aqui setembro do ano passado).
Claro que o papel aguenta tudo e cada um é livre de fazer as contas que melhor lhe aprouver. Mas a um chefe de governo exigia-se um pouco mais de honestidade intelectual, pelo menos em termos de explicitação dos fundamentos dos frutos da “estratégia abrangente” de que fala tão convictamente aos seus concidadãos...
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