domingo, 29 de dezembro de 2013

SÍNTESE


Podem dizer-me que com o mal dos outros podemos nós bem e que o fundamental é centrar baterias na situação portuguesa. Mas a situação da vizinha Espanha é incontornável para o foco que este blogue concede a estes temas. A Espanha é relevante porque não teve um problema de dívida a gerar toda a situação calamitosa. A tragédia espanhola é uma ilustração inequívoca de como os demandos do sistema financeiro e bancário (externos e internos) se podem voltar contra os cidadãos e como crises bancárias e crises soberanas se podem perigosamente interligar sempre à custa das condições de vida dos que nunca viveram na sombra das rendas do sistema financeiro.
O El País de hoje tem uma síntese de leitura obrigatória para compreendermos a extensão dessa injustiça de efeitos, num capítulo designado de 2008-2013 Balance de Daños”:
Menos médicos para mais pacientes com mais depressões. Menos professores e mais mal pagos para mais alunos com menos ajudas. O PIB per capita está ao nível de há uma década. Depois de cinco anos na centrifugadora da crise, as condições de vida em Espanha deterioraram-se de modo alarmante”.
A evolução do número de famílias sem quaisquer recursos é trágica e ilustra bem os custos do famigerado ajustamento.


E como não podia deixar o traço insubstituível de El Roto anota essa trágica má sorte de pagarmos pelos desmandos financeiros.

Sem comentários:

Enviar um comentário