Nesta modorra de férias de Natal e de fim de ano,
em que os olhos percorrem os jornais quase aleatoriamente, procurando um ponto
de interesse entre tanta banalidade, a minha atenção fixou-se ontem neste anúncio
publicado no Público:
“CASEIROS, CULTOS, POLIVALENTES
Portugueses, 50 anos (sem filhos), Pré-falidos (mas sem
dívidas). Ambos fluentes em Inglês, Francês e Castelhano. Ambos desportistas (e
com boa presença), carta condução. Melhor nível moral/educacional e “saber
estar” inquestionável.
Sra.: Ex-funcionária pública (último cargo de chefia),
formação musical (piano, violino, canto), carta marinheiro, gosto pela cozinha.
Pode desempenhar as seguintes funções: Navegar/cuidar de barco, governanta (ou
simples criada), ajudar com crianças na iniciação musical, conduzir, etc...
Ele: Ex-chefe de vendas, director comercial e empresário.
Pode desempenhar as seguintes funções: Motorista, mordomo (ou simples criado),
tradutor, relações públicas... etc... Moramos em Cascais (ainda), podemos
deslocar para qualquer parte do País ou Estrangeiro. Procuramos trabalho com
alojamento. (Não Fumadores).
NOTA: Não possuímos mais-valias rurais ou similares.
Contactar: 969 140 743 / caseiros.portugueses@hotmail.com”.
Uma simples excentricidade ou uma nova
normalidade emergente, cavada a partir das agruras desta crise? De qualquer
modo, um sinal surpreendente das mudanças que nos envolvem.
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