Nas Opinion Pages do New York Times, Joseph Stiglitz
publica um excelente artigo sobre a degradação das condições de confiança na
economia americana. Um breve excerto basta para compreender a importância do
tema que se aplica como uma luva à sociedade portuguesa:
“A confiança é o que torna os contratos, planos e transações
diárias possíveis; ela facilita o processo democrático, dos atos eleitorais à
produção legislativa e é necessária para a estabilidade social. É essencial para as nossas vidas. É a confiança
mais do que o dinheiro que faz o mundo girar. Não medimos a confiança nas
contas nacionais, mas os investimentos em confiança não são menos importantes
do que os realizados em capital humano ou equipamentos. Infelizmente, todavia,
a confiança está a transformar-se em mais um acidente da nossa desigualdade
crescente. À medida que as disparidades entre os americanos se alargam, os
alicerces que tornam a sociedade coesa ficam mais débeis. Assim, também, à
medida que cada vez mais pessoas perdem a fé num sistema que parece
inexoravelmente voltado contra elas e 1% da população sobe cada vez mais alto,
esse elemento vital das nossas instituições e do nosso modo de vida está em
avançada erosão”.
Esta gente que, sabemo-lo, não é de confiança,
nem sequer consegue compreender que sem confiança não há mercados.
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