segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

RECESSÃO SEM DEPRESSÃO


A semanas de Ben Bernanke (BB) abandonar as rédeas do FED americano, os balanços que vão sendo feitos revelam-se muito favoráveis ao modo como conduziu o seu mandato.

O gráfico acima, extraído de um recente artigo de Robin Harding no “Financial Times”, evidencia-o bem: enquanto o primeiro ano e meio da recente crise financeira seguiu de perto a trilha abissalmente descendente da Grande Depressão (preço dos ativos, produção, comércio internacional e falências bancárias), as coisas mudaram a partir de meados de 2009 quando os Estados Unidos – ao invés do que ocorrera em 1930-31 com um novo aprofundamento das falências bancárias, da contração do crédito e da recessão – iniciaram uma recuperação para cuja solidez (e apesar dos ainda frágeis indicadores de emprego) muito contribuiu a ação de BB em termos de estabilização dos bancos e do sistema financeiro e de condução da política monetária.

Ainda que os mais críticos possam tender a ainda lhe assacar algumas responsabilidades – enquanto economista pela sua alegada falta de perceção dos sinais de desregulação que iam emergindo durante os anos 90, enquanto executor de políticas pela sua alegada cumplicidade perante os acontecimentos posteriores a 2005 –, o mais azado será talvez sustentar que a gestão de BB terá muito mais largamente cumprido do que falhado. Eis um tema que a investigação de história económica não deixará decerto de ir elucidando mais cabalmente...

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