À medida que 2013 se aproxima do fim e os blogues
atravessam tempo morno de produção reduzida, é normal surgirem sínteses do que
foi acontecendo e do que podemos aprender com as mudanças observadas.
Hoje concentro-me na dimensão financeira das
economias e nada melhor do que o artigo da sempre estimulante Gillian Tett no Financial Times para dar conta da
revolução de ideias que os factos dos mercados financeiros nos trouxeram desde
2007. O artigo oferece-nos uma boa resenha dos principais fatos geradores de
novas ideias no domínio financeiro:
- Bancos de maior dimensão ou mesmo gigantescos não significam necessariamente maior segurança nos mercados;
- A capacidade do sistema financeiro se estabilizar por si próprio está definitivamente por terra, mostrando inexoravelmente a sua outra face, o da instabilidade congénita;
- Dívidas soberanas e instabilidade bancária podem perigosamente interligar-se à custa dos contribuintes;
- As questões de alavancagem não são para ignorar ou desvalorizar;
- Os problemas de liquidez não são uma questão do passado, podem emergir quando mais ela é necessária;
- Não é tempo de intervir para gerir excessos, mas antes de os prevenir;
- A intervenção pública deixou de constituir um tabu, a sua qualidade e eficácia podem fazer a diferença;
- O chamado sistema bancário sombra não é para ser olhado contemplativamente, é para ser controlado e a sério.
Os oito factos de Gillian Tett são um bom teste
para observar como o ensino da economia financeira vai ou não mudar nos próximos
tempos.
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