quarta-feira, 30 de março de 2016

BANIF: UMA LEGÍTIMA EXPECTATIVA


Jorge Tomé deve andar “num cuco”, entre o sucesso na vida privada e o estrelato na vida pública. Nem ele, nunca nos seus melhores sonhos, aspirou a que tanto pudesse ser-lhe proporcionado!

Ontem, no primeiro dia da comissão parlamentar, disparou a torto a e a direito: sobre o Banco de Portugal e Carlos Costa, sobre a TVI, sobre o Santander, sobre a DG da Concorrência Europeia. Todos feitos uns com os outros e ao serviço de algo muito poderoso? Ou apenas umas pouco escrupulosas sacudidelas da água do capote?

Um mérito teve a audição, em todo o caso: o de confirmar a necessidade de um esclarecimento cabal quanto à cada vez mais estranha resolução do Banif – porque foi essa a opção, quando foi ela decidida, por quem o foi, por quanto e por quê esse tanto, quais os trâmites da “venda” ao Santander?

Atente-se no modo como o regressado Rui Rio apareceu hoje a tratar o assunto em entrevista à TSF: “De qualquer forma, esta reposição [dos salários à função pública] vale cerca de 450 ou 460 milhões de euros – repor os salários em 2016, todos à função pública toda são 400 e tal milhões de euros. Nós aqui estamos a falar em mais de 3 mil milhões num fim de semana. É disto que estamos a falar. Isto é de uma gravidade extrema, principalmente se – como digo – as contas são reais e o banco valia 675 milhões, contabilisticamente. (...) Olhe, numa altura em que o Governo repôs o feriado de 1 de dezembro de 1640, eu pergunto se não é uma certa hipocrisia repor-se este feriado quando assistimos a um dossiê destes – não entraram os soldados por aqui dentro, mas pelos vistos entram instâncias europeias que dizem: ‘esse banco é para ali e façam o favor de por os contribuintes portugueses a pagar’.” E é que nem tudo parece ser demagogia balofa nestas tão eloquentes declarações...

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