A croniqueta é suscitada por uns minutos de esplanada matinal
em plena EXPO de Lisboa, enquanto “fazia tempo” e revia a minha intervenção no
evento anual do Programa Operacional Capital Humano, pois isto de levantar cedo
gera rotinas, mesmo que em desconformidade com as rotinas dos lisboetas, ou
pelo menos dos lisboetas mais privilegiados.
Tempo para seguir gente elegante que passa em ritmo
relativamente apressado, claramente indiciador de um centro de serviços com
algum peso e importância, elas quase sempre com o seu “almoço volante” em
suportes cada vez mais “super fashion”,
transmitindo uma nova cultura da velha e “old
fashioned” marmita. Sinal dos tempos. Mas também aqui e ali representações de
um velho hábito português, os que chegam aos cafés para tomar o pequeno-almoço
depois de picar o ponto na respetiva repartição ou serviço, talvez mais
repartição do que serviço, vá lá saber-se. E também o confronto entre o casual
do turista anónimo e o dress code dos
que por lá trabalham, dizem no terciário avançado.
Mas à medida que caminhava em direção ao pavilhão da FIL,
o que não está em reconversão, junto ao MeoArena, dei conta que a atmosfera ia mudando
e o ruído da nova Cidade tornando-se mais vivo e entusiasta. A razão estava na FUTURÁLIA,
grande feira da educação e da formação, com jovens de diferentes escalões etários,
participando a dois níveis, como alguém que protagonizará a procura social das
famílias, mas também como jovens já envolvidos em instituições de educação e
formação. A atmosfera era muito curiosa, também aqui era visível o “dress code” de alguns colégios muito
bem, certamente bem colocados nos rankings,
mas combinado com outros com vestuário indiferenciado, e não com menor entusiasmo
nos olhos.
A massa de jovens era de facto impressionante. Na minha
intervenção programada havia múltiplas referências às questões da empregabilidade
e aos desafios que ela coloca ao sistema de educação e formação. Depois do
mergulho naquela atmosfera de juventude para a qual temos o dever e a
responsabilidade de proporcionar condições mais esperançosas, as considerações saíram
mais firmes, pois a consciência do desafio estava perfeitamente interiorizada.
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