quarta-feira, 16 de março de 2016

CRÓNICA AO ESTILO DE VOYEUR SOCIAL





A croniqueta é suscitada por uns minutos de esplanada matinal em plena EXPO de Lisboa, enquanto “fazia tempo” e revia a minha intervenção no evento anual do Programa Operacional Capital Humano, pois isto de levantar cedo gera rotinas, mesmo que em desconformidade com as rotinas dos lisboetas, ou pelo menos dos lisboetas mais privilegiados.

Tempo para seguir gente elegante que passa em ritmo relativamente apressado, claramente indiciador de um centro de serviços com algum peso e importância, elas quase sempre com o seu “almoço volante” em suportes cada vez mais “super fashion”, transmitindo uma nova cultura da velha e “old fashioned” marmita. Sinal dos tempos. Mas também aqui e ali representações de um velho hábito português, os que chegam aos cafés para tomar o pequeno-almoço depois de picar o ponto na respetiva repartição ou serviço, talvez mais repartição do que serviço, vá lá saber-se. E também o confronto entre o casual do turista anónimo e o dress code dos que por lá trabalham, dizem no terciário avançado.

Mas à medida que caminhava em direção ao pavilhão da FIL, o que não está em reconversão, junto ao MeoArena, dei conta que a atmosfera ia mudando e o ruído da nova Cidade tornando-se mais vivo e entusiasta. A razão estava na FUTURÁLIA, grande feira da educação e da formação, com jovens de diferentes escalões etários, participando a dois níveis, como alguém que protagonizará a procura social das famílias, mas também como jovens já envolvidos em instituições de educação e formação. A atmosfera era muito curiosa, também aqui era visível o “dress code” de alguns colégios muito bem, certamente bem colocados nos rankings, mas combinado com outros com vestuário indiferenciado, e não com menor entusiasmo nos olhos.

A massa de jovens era de facto impressionante. Na minha intervenção programada havia múltiplas referências às questões da empregabilidade e aos desafios que ela coloca ao sistema de educação e formação. Depois do mergulho naquela atmosfera de juventude para a qual temos o dever e a responsabilidade de proporcionar condições mais esperançosas, as considerações saíram mais firmes, pois a consciência do desafio estava perfeitamente interiorizada.

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