O homem é irritante pela sua assumida presença, moralista e justiceira. Também não parece primar grandemente pela inteligência nem por um conhecimento consolidado. Mas – temos de o reconhecer – é esforçado e lá vai acedendo a algumas fontes bem posicionadas e com interesse informativo. A última com que se saiu foi esta relativa bomba, dita aliás de modo mal amanhado (mas suficientemente perceptível para quem saiba ouvir), cuja veracidade talvez um dia alguém consiga apurar de molde a que sejamos capazes de imputar devidamente as funestas consequências que derivaram da resolução do Banif:
“É que houve uma situação muito concreta relacionada com um ramo do Banif, que era o Banif Cayman, que é um banco num paraíso fiscal, numa offshore. Esse ramo, esse Banif Cayman, foi dito por quem fez a resolução..., ou melhor, quem fez a resolução agiu para integrar esse banco na venda, e não no veículo dos ativos tóxicos, porque foi dito que tinha muitas contas de emigrantes e que era preciso proteger aqueles emigrantes. E que era sobretudo contas de emigrantes portugueses espalhados pelo mundo que lá estavam. E quando se foi a verificar o que lá estava dentro, não era nada disso. Eram aplicações financeiras e créditos de risco em Miami e naquela zona do Globo e, sobretudo, créditos a empresários residentes em Portugal e na Madeira e nos Açores, créditos esses que estão em risco. Esta história há de aparecer na Comissão de Inquérito, é uma notícia nossa, é uma informação que estou aqui a dar... – dentro do Banif Cayman estão lá as contas todas que afinal não são depósitos de emigrantes ou que sobretudo não são depósitos de emigrantes; há lá alguns mas são poucos em relação àquilo que levou a integrar no banco que foi vendido.“
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