Regresso a Seixas em busca do branco incontornável das aleluias
que tarda em aparecer, em desconformidade com o calendário pascal, este ano
acelerado.
Mas se as aleluias estão expectantes, esperando talvez um
golpe de calor, os salgueiros estão já exuberantes naquele verde impressionista,
que nos embala. E os carvalhos já começaram a despertar, completando a paleta
dos verdes. Os ramos de jasmim que se misturam com a robustez das sebes
confirmam que resistiram ao inverno e anunciam que teremos os seus aromas lá
mais para o verão a pontuar o ambiente do jardim.
Este ritmo da sazonalidade da natureza mais próxima faz
parte do dom da vida, para saborear ano após ano, até quando for possível.
Entre as leituras do fim-de-semana coisas demasiado
dispersas para merecerem uma crónica acabada e coerente. Apenas a confirmação
de que a antecipação aqui feita do acordo UE-Turquia não andou longe do que acabou
por ser consumado. Retenho um artigo contundente de Xavier Vidal-Foch no El País
de sábado, sobre o “fachadismo” europeu, algo que nos cairá em cima um destes
dias. E vale a pena começar a semana com
este “em guarda” de Vidal-Folch:
“(…) E a UE é antes de mais, não um mercado e um
projeto político, mas uma comunidade de direito, um edifício de regras (e o respeito
pelas mesmas e pela sua aplicação) que materializa determinados valores (humanitários)
e princípios (democráticos, liberais, sociais). Se essa condição enfraquece, é
todo o edifício europeu – e não apenas o bem-estar, a solidariedade ou a
segurança – que estará em eminente ameaça de ruína.”
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