Hoje é dia infelizmente de obituário, que tenho dedicado
a economistas que de uma forma ou de outra, mais direta ou mais lateralmente,
passaram pela minha formação, moldando-a, produzindo por vezes encruzilhadas e
bifurcações que, ultrapassadas, definiram um rumo e um caminho.
No passado dia 29 de março e com informação dada pela página do MIT, morreu em Massachussets – USA Lester Thurow, economista que foi entre
outras funções DEAN da prestigiadíssima Sloan School of Management desse mesmo
MIT. Mas não foi seguramente por esse facto que Thurow passou pela minha formação.
Antes pelo contrário, ele marcou a minha iniciação pelo tema da globalização e influenciou
largamente as reflexões preliminares que me levaram depois à elaboração de alguns
cursos sobre essa matéria.
É curioso que Thurow tenha começado por se interessar
pelas questões da distribuição do rendimento na economia americana (com relevo
para a obra de 1975 “Generating
inequality mechanisms of distribution in the US economy”, para depois se entregar a um estudo
da globalização, designadamente quando se começou a falar do paradigma das
economias baseadas no conhecimento (Creating wealth –
the new rules for individuals, companies and countries in a knowledge-based economy
de 1999). Já antes, em 1996, o seu “The
future of capitalismo: how today’s economic forces shape tomorrow’ world”
apontava na mesma direção, de relevar a importância da educação e do conhecimento,
fortemente influenciado pelo modo como a desigualdade perante a educação destruía
o mito americano da igualdade de oportunidades.
Thurow pertence aquela classe de economistas que elegeu o
público como o principal destinatário das suas ideias, nunca perdendo de vista
esse contacto com o público em geral. Pertence por isso a uma classe da qual a
economia mundial tem hoje necessidade premente.
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