sexta-feira, 25 de março de 2016

O FADO DE MOULINS, ALLIER






Semana terrível. O horror bárbaro de Bruxelas no seio de tanta descoordenação e agora a tragédia de portugueses que teimam, sabe-se lá em que condições, regressar de quando em vez ao território que não conseguiu acomodar as suas esperanças e desejo compreensível de melhores condições de vida.

E claro que as agruras da vida tinham de colocar Portugueses à mercê de uma estrada da vergonha ou da morte, perdida no meio de uma França fiel à sua malha viária que irradia a partir de Paris e a conecta com todo o país e que continua a desprezar outros itinerários. O choque de mortes estúpidas, desnecessárias, traz-nos o fado dos nossos males, da nossa canhestra perspetiva de segurança, dos reflexos últimos da nossa pobreza endémica, cá dentro ou lá fora gerada. Quando “uma estrada da morte” transformada em itinerário fundamental do este-oeste europeu combina as suas mais que duvidosas condições de segurança para o tráfego que comporta com a informalidade irresponsável de um transporte que tudo indica seria para 9 e não para 13 ocupantes, temos a tragédia do fado português, que não nos abandona.

Triste lugar o do Secretário de Estado das Comunidades que emerge das suas atividades de rotina apenas quando coisas funestas acontecem nas comunidades portuguesas.

Triste fado, grandes penas e uma ligação à terra que tem valido muitas mortes. Desnecessárias.

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