Semana terrível. O horror bárbaro de Bruxelas no seio de
tanta descoordenação e agora a tragédia de portugueses que teimam, sabe-se lá
em que condições, regressar de quando em vez ao território que não conseguiu
acomodar as suas esperanças e desejo compreensível de melhores condições de
vida.
E claro que as agruras da vida tinham de colocar Portugueses
à mercê de uma estrada da vergonha ou da morte, perdida no meio de uma França
fiel à sua malha viária que irradia a partir de Paris e a conecta com todo o país
e que continua a desprezar outros itinerários. O choque de mortes estúpidas,
desnecessárias, traz-nos o fado dos nossos males, da nossa canhestra perspetiva
de segurança, dos reflexos últimos da nossa pobreza endémica, cá dentro ou lá
fora gerada. Quando “uma estrada da morte” transformada em itinerário fundamental
do este-oeste europeu combina as suas mais que duvidosas condições de
segurança para o tráfego que comporta com a informalidade irresponsável de um
transporte que tudo indica seria para 9 e não para 13 ocupantes, temos a tragédia
do fado português, que não nos abandona.
Triste lugar o do Secretário de Estado das Comunidades
que emerge das suas atividades de rotina apenas quando coisas funestas
acontecem nas comunidades portuguesas.
Triste fado, grandes penas e uma ligação à terra que tem
valido muitas mortes. Desnecessárias.
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