sábado, 19 de março de 2016

DUAS MULHERES E OUTRAS MAIS

(excertos de Joachim Tiedemann, “Tiede”, http://de.toonpool.com)


Uma é morena, a outra é loira. Mas isso não passa de um mero detalhe. O fundamental está na afirmação de ambas numa cena política alemã que tem vindo a ser dominada por um outro ser do sexo feminino, Angela Merkel obviamente. E não será de todo irrelevante que seja uma ou a outra a ganhar o palco maior daquela mesma cena política no futuro mais ou menos próximo – Julia Klöckner, a loira, tem 43 anos, é vice-presidente da CDU e tem sido frequentemente considerada como a challenger favorita à sucessão de Merkel – is this the next woman to run Germany? – enquanto Frauke Petry, a morena, vai a caminho dos 42 e é o principal rosto do partido AfD que, ao evoluir de um euroceticismo para um populismo anti-emigração (die hassprediger, a pregadora do ódio, chama-lhe o “Der Spiegel”), se tornou na nova coqueluche de muitos cidadãos alemães em curso de radicalização à direita.



Claro que a Alemanha não está condenada a um “eterno feminino” no poder e que os sucessores de Merkel na CDU até podem ser homens, Schäuble incluído (abrenúncio!). Mas o ponto a que quero chegar nem é bem esse, antes sim o de sugerir que – em vista do que tem sido o desastrado “eterno masculino” no comando do SPD desde a saída de Willy Brandt em 1987, e já vão doze! – talvez fosse de encarar a hipótese de uma experiência de liderança do sexo dito fraco nesse partido social-democrata que tem sobre os seus ombros uma imensa responsabilidade sobre o devir da Europa e, por essa via também, do mundo em que vivemos. E há-as no partido de variadas formas e feitios, enérgicas porque ainda jovens e suficientemente dotadas em matéria de currículo político – pessoalmente, e a esta distância, não sei escolher mas junto alguns possíveis exemplos na imagem abaixo, entre a atual ministra do Trabalho e Assuntos Sociais que já foi secretária-geral do SPD (Andrea Nahles), a ministra-presidente do Estado da Renânia do Norte e Vestefália e uma das vice-presidentes de Sigmar Gabriel (Hannelore Kraft), a presente secretária-geral do partido (Katarina Barley) ou a atual ministra dos Assuntos de Família, Cidadãos Seniores, Mulheres e Juventude e outra das vice-presidentes de Sigmar Gabriel (Manuela Schwesig). Mesmo para os que são céticos em relação a um suposto modo de estar diferente das mulheres na política, equacionar a quota valeria tanto mais a pena quanto pior do que Gabriel já será impossível...

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