Não sei se algum dos nossos estimados leitores teve tempo e paciência para ouvir a entrevista ontem dada por José Sócrates a Vítor Gonçalves na RTP. Mas a verdade é que a mesma foi elucidativa e, talvez até, esclarecedora. Ficou claro que nunca iremos saber toda a verdade quanto à matéria em causa e ficou também razoavelmente claro que, como muito bem explicou João Nabais em comentário, a prova neste tipo de crimes é dificílima e no limite só indireta (o advogado falou de deduções lógicas e de saltos tradutores da tendencial aplicação de uma nova doutrina acusatória). Ficou ainda claro que o antigo primeiro-ministro está acossado e muito desgastado (pudera!), quase tendo passado, nos minutos finais, a vias de facto perante as provocadoras perguntas inocentes do irritante e songa jornalista. Quanto ao mais, tenho para mim que este assunto transitou agora para uma esfera judicial estrita que vai ser penosa de acompanhar e que merecerá da larga maioria dos portugueses um crescente e cada vez mais frontal desinteresse.
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