(José María
Nieto, http://www.abc.es)
Enquanto por cá e no resto do mundo as coisas vão acontecendo, na Alemanha de Merkel está em curso o sempre complexo e demorado processo de constituição de um novo governo de coligação. O primeiro round foi, para a Chanceler, a negociação interna e dela resultou a obrigatoriedade de uma primeira cedência aos seus aliados bávaros da CSU por via da aceitação de ser limitado a duzentos mil o número de refugiados anuais a acolher no país. O outro lado complexo da equação está, já aqui tivemos oportunidade de o sublinhar, nas implicações de toda a ordem que decorrem da significativa força eleitoral alcançada pela extrema-direita.
(James
Ferguson, http://www.ft.com)
Pois é precisamente nesta dimensão que relevam como muito sugestivos o mapa e os gráficos seguintes, que reproduzo com a devida vénia ao “El País”. Vejam-se neles claras manifestações de persistência de uma inacabada reunificação alemã (quase trinta anos depois da voluntarista e estratégica decisão de Kohl), seja no plano económico e social (a leste, o PIB está ainda 27% abaixo, o desemprego quase três pontos percentuais acima, a diferença salarial média é desfavorável em 600 euros mensais e a perda populacional atingiu 15% no último quarto de século) ou no plano político. Sendo que neste último surgem refletidos com especial visibilidade os votos ideologicamente radicais e populistas, assim como sobretudo de desilusão, protesto e desespero, que levaram à dita chegada da AfD ao Parlamento. Por tudo isto, não deixa de ter consistência a tese daqueles que entendem que a Alemanha tem por demais com que se preocupar para se preocupar seriamente com os problemas da Europa.
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