quinta-feira, 12 de outubro de 2017

CRIMES DE MILHÕES?


Muitas incidências e quatro anos de investigação depois, a chamada “Operação Marquês” desembocou ontem ao início da noite numa esperada acusação a Sócrates. E também a Salgado, Vara, Granadeiro, Bava, Carlos Santos Silva e mais outros 22 nomes. Dizer o quê que já não tenha sido dito e redito? Que a essência deste processo abala a democracia portuguesa? Que a condução deste processo não honra a justiça portuguesa? Que os detalhes deste processo, a serem provados, não apenas nos chocam como nos deveriam obrigar a ponderar seriamente o nosso modo de estar e viver coletivo? Ou apenas que, feita uma prova que não vai ser fácil nem célere, este processo revela sobretudo que foi um banditismo voraz e doentio que andou por aí à solta? E depois, além de todas estas e outras interrogações passíveis de serem legitimamente suscitadas, como poderá um cidadão médio e largamente descontextualizado aceitar sem indiferença (ou até repúdio e afastamento) que “isto” vá prosseguir por mais cerca de uma década, numa espécie de circo sem nome?

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