sexta-feira, 27 de outubro de 2017

TENHAM JUÍZO!





Não há ninguém com um mínimo de conhecimento vivido para lá dos mecanismos dos aparelhos partidários que não tenha compreendido o sentido de VOZ que o discurso de Marcelo representou naquela noite. A precedê-lo tínhamos assistido a uma sequência de três comunicações em direto desastrosas de três membros do Governo, curiosamente por ordem ascendente de hierarquia, secretário de Estado, Ministra e primeiro-Ministro. Não vou discutir se aquelas desastrosas intervenções representaram o que iria no fundo da alma daquelas personalidades. Posso crer que não correspondiam e que resultaram de uma má gestão da situação, decorrente de uma má avaliação da mesma. Mas, instantânea e intuitivamente, quando ouvi a declaração ao país de António Costa antecipei o pior. O desajustamento face á situação que entrava pelos nossos olhos através das televisões era tão evidente que fiz suposições de variada espécie, já que aquele erro não dizia a letra com a personalidade em causa.

Por isso, quero lá saber se tinha havido contactos entre o primeiro-Ministro e o Presidente, essa informação não chega, era necessário saber que tipo de contactos houvera. Mas com aquele tipo de declaração de António Costa era necessário que ao nível da representação política institucional alguém reparasse o erro de apresentação. É para essas situações que a Voz de um Presidente é necessária, de identificação com os problemas, com o drama das pessoas, com empatia, generosidade. Marcelo fê-lo, exemplarmente. Por isso, não há Porfírios deste mundo que possam contrariar esta evidência. E quando os Porfírios empedernidos o fazem, questionando a intervenção do Presidente da República, enterram-se até ao pescoço, pois para nenhum cidadão avisado deste país haverá uma pinga de confiança que seja para com esse tipo de personalidades e posturas. Irão afundar-se na nossa mais completa indiferença.

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