Foi o pai dos meus netos, sempre atento a estas matérias pelo lado leonino, quem me sinalizou esta obra como marcadamente reveladora do mundo futebolístico que nos envolve. E é-o, indubitavelmente. O italiano Pippo Russo, jornalista e professor de Sociologia do Desporto em Florença, investigou exaustivamente a vida e os negócios do superagente Jorge Mendes e fornece-nos neste seu livro pistas da maior significância quanto ao modus faciendi que conduziu aquele empresário português à presença e à influência determinante que possui no desporto-rei à escala europeia e mundial; de passagem, aborda e escalpeliza toda uma série de factos e dossiês relacionados – como a nossa memória é tão limitada no que retém! – que muito contribuem, até por excesso, para nos ajudar a perspetivar a complexidade (chamemos-lhe assim) do dito mundo futebolístico nacional e internacional.
Abaixo, reproduzo ainda com a devida vénia uma forma de fazer ressaltar a resultante da intrincada teia de compras, vendas, empréstimos e comissões que marca a atividade de Jorge Mendes, no caso a partir dos “negócios” conhecidos e por ele agenciados/decididos em torno de 10 clubes que estão ou estiveram dentro do seu universo de controlo (FC Porto, Benfica, Braga e Rio Ave, em Portugal, Atlético de Madrid, Deportivo da Corunha e Valência, em Espanha, e Mónaco, Lázio e Wolverhampton, em França, Itália e Inglaterra respetivamente). Outros episódios, como por exemplo os que tocam a muitos dos maiores (Cristiano Ronaldo e José Mourinho à cabeça, mas também Di Maria, Radamel Falcao ou Diego Costa para só citar alguns), estão também bem documentados neste excelente trabalho de investigação.
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