(Klaus
Stuttman, http://www.tagesspiegel.de)
(cartoon de Pascal Kirchmair, https://www.toonpool.com)
Está à vista mais uma indesejável reviravolta na cena política europeia. Com efeito, tudo leva a crer que as eleições legislativas de hoje se saldem por uma vitória confortável dos conservadores do ÖVP (agora surgidos em versão recauchutada numa personalização centrada no jovem ministro dos Negócios Estrangeiros do atual governo de coligação com os social-democratas). Assim acontecendo, Sebastian Kurz poderá tornar-se, aos 31 anos (será caretice da minha parte colocar a hipótese de tal não ser nem muito canónico nem nada descansativo?), o chanceler de um país cuja tradição é por demais conhecida em termos de real contributo para as derivas autoritárias na Europa. A questão que está ainda por esclarecer é a da dimensão da vitória de Kurz – sendo folgada, este poderá optar por um governo minoritário com variabilidade de maiorias parlamentares à esquerda e à direita; mas, se a mesma for relativamente escassa e os social-democratas passarem a terceiros do espetro partidário, Kurz poderá ter mesmo de vir a recorrer à extrema-direita (o chamado Partido da Liberdade, FPÖ, de Heinz-Christian Strache) para formar governo. Note-se que, como não podia deixar de ser, o foco da demagogia eleitoral andou à volta de saber quem consegue afirmar-se como mais implacável para com o fluxo de refugiados que vai continuando a chegar ao Velho Continente.
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