domingo, 22 de outubro de 2017

STRAUSS E FORD


Após uma semana pesada e algo dececionante, o fim de semana que agora termina foi para mim atipicamente calmo, convivencial e cultural. Os pratos fortes estiveram na cada vez mais confirmada qualidade da Orquestra Sinfónica da Casa da Música, sobretudo naqueles 50 minutos do magnífico poema sinfónico de Richard Strauss “Passeio nos Alpes” interpretado sob a direção musical do maestro alemão Michael Sanderling (peça que viria a ser excelentemente explicada por Daniel Moreira no Domingo ao meio-dia), e na sessão do cineclube privado que integro com duas dúzias de amigos por via da projeção de um poderoso filme de John Ford (“O Homem que Matou Liberty Valance”, datado de 1962 e juntando pela primeira vez James Stewart e John Wayne), que pessoalmente já tinha visualizado há décadas atrás e que é indiscutivelmente merecedor de referenciações positivas associáveis a razões de múltipla ordem – os grandes valores americanos (a propósito, viram como eu com uma inicial perplexidade os ex-presidentes Obama e George W. Bush comiciando juntos e ao vivo contra as enormidades e as indecências de Trump?), a liberdade de imprensa (recuperando aquela velha frase segundo a qual “quando a lenda entra em conflito com os factos, publique-se a lenda”), a dignidade pessoal perante a força interior dos afetos (deixando no ar diversas interrogações pertinentes) e até a questão racial (mesmo que apenas ao de leve). E assim recarreguei algumas baterias que se me apresentavam bastante em baixo ao final do dia de Sexta-Feira...

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