(Bruno Aziz, http://atarde.uol.com.br)
Importa, de quando em quando, ir deitando os olhos para o que vai ocorrendo no Brasil. Não que seja razoável ter a esperança de que as ocorrências sejam portadoras de grande novidade positiva em relação ao que tristemente tem marcado a atualidade naquelas paragens, mas sim porque os ensinamentos que de lá nos chegam são muitos e de monta quanto ao grau de desestruturação que pode atingir uma sociedade supostamente organizada no interior de um dos países mais ricos do mundo. Onde a desilusão e o desencanto alastram, a desorientação e o desnorte são aflitivos e as feridas abertas parecem insanáveis.
Querer-se observar tudo isto à luz daquela frase batida, a meio entre o orgulhoso e o desculpativo, de que “eles são bem nossos filhos” é redutor em demasia, seja no plano histórico seja sobretudo no plano sociológico. Por outro lado, nada indica que a situação já tenha tocado no fundo dos fundos, tanto mais quanto a impunidade continua a ser a regra para muitos dos tidos por mais responsáveis pela vaga de corrupção ativa e passiva que assolou o país e quanto, na dimensão política, ainda não se conseguiram encontrar sujeitos e predicados para um desejável e imperioso salto regenerador. Por ora, e justa ou injustamente, são claramente os caminhos públicos de Temer e Lula no próximo futuro que se apresentam como as mais elucidativas traduções de uma cura em vias de ser possível ou de uma recidiva tendencialmente terminal...
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